Pular para o conteúdo principal

A dor de ser, estar e não amar


Nada do que você já não saiba ou que eu não tenha falado.
Quero ressaltar que eu só escrevo em extrema agonia. 

Esses trechos são fragmentos de angústias em momentos distintos.
Eu já deveria ter me familiarizado com a dor. A dor, sempre crônica, companheira de todas as horas. Às vezes sufoca, estrangula, ela faz com que o meu peito fique dilacerado.
Eu estou cansada! Não sei o que fazer para mudar o modo como eu me sinto, talvez outra vida seja viável. Morrer talvez seria melhor, porque eu não suporto mais o sofrimento que essa existência me causa. Mas eu gostaria de ser feliz!
Eu não consigo dormir! Tento não me deparar com a limitação da minha condição de mulher preta.

Tudo a minha volta possui um tom de cinza, tudo é mórbido e eu já nem sei quem eu sou. Eu só estive em dor, eu não existi, eu me angustiei. Maldito viver.

...

Eu não sei o que é ser amada, tocada...
Já desejou tanto algo de modo que você se sentisse dependente disso para continuar existindo? É assim que me sinto quando penso que nunca fui amada. Eu quero ser amada. Quero ser tocada, desejada, querida... Quero alguém que me queira tanto quanto eu queira.
Vivo pelos dias que virão. Anseio pelos dias de ternura e carinho. Espero pelos dias de esperar alguém, esperar para vê-la e abraçá-la.
O desejo de amar é o que me mata e é o que me mantém viva.
Um epitáfio: "Ela nunca foi amada, mas desejou."
Estou triste, agoniada, angustiada, eu desejo chorar. Eu quero colo, abrigo, afago. Eu quero ser envolvida, quero ser perpassada por mãos que me tecem carinhos, pelos olhos que cuidam, pelo corpo que protege.

Eu quero ser amada.
Eu quero ser amada.
Eu quero ser amada.
Eu nunca fui amada.
Eu quero amor!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

a vida é uma aventura a história é um instante a infelicidade é uma cultura o tempo... tá na estante o homem onipotente saturado de agoras esconde o tédio dos doentes do agora racismo como política de segurança psicoterapia para minar as inseguranças o que a gente faz com o esquecimento? para onde a gente vai com o anulamento?

oração

todo o dia uma violência colonial, a gente acorda sem sentir o gosto do café, do pão seco com gordura vegetal. a gente espera. invoco a força dos meus ancestrais, a fé, a bravura e a coragem dos que vieram antes de mim. reverencio aqueles que lutaram com a própria vida para que a minha existência fosse possível... eu sei muito pouco, mas sei que meus ancestrais contavam com a cura... não vou morrer na praia... faço uma oração aos meus ancestrais e peço que venham intervir por mim. me ajudem. não posso permitir que essa angústia seja o cerne de todas as coisas

Para me lembrar que ainda sei amar

Escrevo pensando no tanto de mim que existe em você, buscando referências para dizer que te amo. Tenho escrito com propriedade sobre a ingratidão, angústia, sobre a dor e a perda, mas pouco sei sobre amar. Minha voz literária parece não ter domínio, no que diz respeito a esse campo. Porém, à medida que experiencio nossa relação, eu sinto algo que as minhas leituras não alcançaram. Leio e escrevo em mim, um sentimento nobre e genuíno, o qual tenho o prazer de dividir contigo. Eu estou com saudades, saudades do seu toque, saudades do nosso abraço desconcertado, saudades do meu riso nervoso e dos meus gestos vexatórios, do medo de algum modo as palavras não saírem. Agora tenho algumas frases prontas, espero dizer tudo quanto preciso a partir delas, antes de que alguma de nós se despeça sem que venhamos a saber que eu estou te amando. Ainda que, por vezes sem palavras ou com frases de efeito de filme superestimado, eu quero ter sempre algumas linhas para te oferecer, quero sempre tece...