Nada do que você já não saiba ou que eu não tenha falado.
Quero ressaltar que eu só escrevo em extrema agonia.
Esses trechos são fragmentos de angústias em momentos distintos.
Eu já deveria ter me familiarizado com a dor. A dor, sempre crônica, companheira de todas as horas. Às vezes sufoca, estrangula, ela faz com que o meu peito fique dilacerado.
Eu estou cansada! Não sei o que fazer para mudar o modo como eu me sinto, talvez outra vida seja viável. Morrer talvez seria melhor, porque eu não suporto mais o sofrimento que essa existência me causa. Mas eu gostaria de ser feliz!
Eu não consigo dormir! Tento não me deparar com a limitação da minha condição de mulher preta.
Tudo a minha volta possui um tom de cinza, tudo é mórbido e eu já nem sei quem eu sou. Eu só estive em dor, eu não existi, eu me angustiei. Maldito viver.
...
Eu não sei o que é ser amada, tocada...
Já desejou tanto algo de modo que você se sentisse dependente disso para continuar existindo? É assim que me sinto quando penso que nunca fui amada. Eu quero ser amada. Quero ser tocada, desejada, querida... Quero alguém que me queira tanto quanto eu queira.
Vivo pelos dias que virão. Anseio pelos dias de ternura e carinho. Espero pelos dias de esperar alguém, esperar para vê-la e abraçá-la.
O desejo de amar é o que me mata e é o que me mantém viva.
Um epitáfio: "Ela nunca foi amada, mas desejou."
Estou triste, agoniada, angustiada, eu desejo chorar. Eu quero colo, abrigo, afago. Eu quero ser envolvida, quero ser perpassada por mãos que me tecem carinhos, pelos olhos que cuidam, pelo corpo que protege.
Eu quero ser amada.
Eu quero ser amada.
Eu quero ser amada.
Eu nunca fui amada.
Eu quero amor!
Eu quero ser amada.
Eu quero ser amada.
Eu nunca fui amada.
Eu quero amor!
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